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AEB participa de transmissão do lançamento do NanoSatC-Br2 no Cazaquistão

Publicado em: 23/03/2021 13:03
Participantes comentaram a importância do desenvolvimento de nanossatélites para o Brasil e sobre missões espaciais com foco científico

Na madrugada de hoje (22), representantes da Agência Espacial Brasileira (AEB/MCTI), participaram, ao vivo, da live de transmissão do lançamento do NanoSatC-Br2 (Nanossatélite Científico Brasileiro), direto do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão.

O equipamento brasileiro agora se encontra em órbita baixa terrestre (LEO) para, entre outros objetivos, monitorar, em tempo real, as condições geoespaciais sobre o território nacional. O nanossatélite dará suporte a estudos e análises científicas acerca de distúrbios observados no campo magnético terrestre, como anormalidades nos níveis de irradiação solar.

Participaram da live o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Marcos Pontes, o presidente Carlos Moura (AEB/MCTI) e o coordenador de Satélites e Aplicações, Rodrigo Leonardi (AEB/MCTI). Ao mesmo tempo, a assessora de Inteligência Estratégica e Novos Negócios, Michele Melo, comentava o lançamento por meio da transmissão realizada pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Além deles, a transmissão contou com comentários de representantes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE/MCTI), da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM/RS) e da indústria aeroespacial.

Diretamente de Baikonur, os professores da UFSM Eduardo Burger e Andrei Legg compartilharam do anseio de estarem presentes no exato momento do lançamento. Eles exaltaram a emoção de terem participado do projeto, desde o desenvolvimento até o lançamento do artefato.

Segundo o ministro Marcos Pontes, é “momento muito importante que não só traz a tecnologia, mas também essa agregação de valor com participação da universidade, de professores, alunos. Nós precisamos ter uma renovação de quadros, motivar jovens para trabalhar no setor espacial. Eu faço questão sempre de ressaltar esse ponto da participação da universidade dentro do Programa Espacial, porque é de lá que vem a maior parte das pesquisas realizadas no país”, ressaltou.

O ministro também fez questão de destacar que o MCTI tem trabalhado para valorizar cada vez mais o Programa Espacial Brasileiro. “Tanto o Centro Espacial de Alcântara quanto a produção e desenvolvimento de satélites e outras cargas úteis, foguetes, foguetes lançadores, aplicações no espaço e toda a parte de regulação no espaço. Tudo isso tem sido modernizado na nossa gestão. É um upgrade do Programa Espacial que, apesar das limitações orçamentárias, tem sido levado a cabo graças à dedicação de tantos profissionais que trabalham em conjunto com o MCTI, como a AEB, o INPE, a Força Aérea, dentre outros parceiros”, afirmou.

O presidente Carlos Moura também destacou o trabalho em conjunto e a participação da academia. “É a concretização de um trabalho de muitas pessoas, desde estudantes de graduação, pós-graduação, professores, institutos de ciência e tecnologia, num ramo que tem crescido cada vez mais, que é o dos nanossatélites. A AEB tem como um dos seus objetivos, além de apoio às iniciativas de capacitação para o setor espacial, também o apoio a iniciativas de ciências”, declarou.

O diretor do INPE/MCTI, Clezio de Nardin, explicou qual o papel do Instituto nesta empreitada. “Essa classe de nanossatélites é fundamental. A AEB já possui tradição de apoiar pequenos satélites e agora o INPE também se engaja nesta iniciativa mundial pela redução do tamanho dos satélites, começando pelos cubesats como porta de entrada para os grandes satélites para atender as demandas nacionais”.

Parceira no NanosatC-Br2, a UFSM esteve presente na live representada pelo reitor e pesquisadores que participaram ativamente do projeto. “É um prazer participar de um evento tão importante para a nossa universidade, para o país, para nossos professores, pesquisadores, estudantes e todos os responsáveis pela realização deste projeto. É o segundo nanossatélite que a UFSM participa e temos muito orgulho de fazer parte de um projeto como esse”, destacou o reitor Paulo Burmann.

A cobertura começou à 01h30 (horário de Brasília) e o público pôde conferir também uma série de painéis que contextualizaram vários aspectos que envolvem o projeto, o desenvolvimento, o veículo lançador e a utilização de um nanossatélite.

Logo após às 03h07 da madrugada – momento em que o artefato foi lançado ao espaço, os participantes puderam comemorar o êxito do lançamento com a chegada do NanoSatC-Br2 em órbita.

Adiamento

Após adiamento de um dia por questões técnicas de segurança, o nanossatélite brasileiro NanoSatC-Br2 foi lançado com sucesso na madrugada desta segunda-feira (22), a bordo do foguete russo Soyuz-2.

Em nota, o diretor-geral da Roscosmos, Dmitry Rogozin, informou que seriam realizadas nova inspeções no veículo lançador no domingo (21) e, caso os resultados dos testes fossem positivos, uma nova tentativa de lançamento seria marcada para o dia 22, às 11h07 no horário local (03h07 no horário de Brasília).

Esse tipo de adiamento é comum em lançamentos espaciais, em que a segurança do equipamento e de pessoal vêm em primeiro lugar. Assim, os procedimentos de checagem garantem um alto nível de sucesso e confiabilidade. O módulo russo “Fregat”, por exemplo, responsável pelo adiamento, tem um elevado índice de sucesso, com 97,6% (somente duas falhas em 83 lançamentos), o que o torna um dos estágios superiores mais confiáveis do mundo. É também o único estágio superior capaz de inserir carga útil em 3 diferentes órbitas em um mesmo voo.

Finalmente, às 03h07 de hoje, o foguete Soyuz-2 decolou do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, carregando o nanossatélite brasileiro NanoSatC-Br2. Na live realizada para a segunda tentativa, após a decolagem bem-sucedida, o diretor do INPE/MCTI, Clezio de Nardin, explicou os próximos passos, em que a equipe em solo inicia as operações de testes de voo, de telecomandos, sistemas, entre outros.

“O pessoal acha que agora terminou o trabalho, mas ele acaba de começar”, afirmou. “Agora entramos na parte que chamamos de LEOP. O Fregat vai começar a liberar a carga principal de satélites, depois ele faz a subida para uma órbita mais alta, larga vários satélites e depois ele desce, e por isso é que ele leva essas quatro horas, chegando a uma órbita mais baixa, onde saem os últimos seis satélites, onde está o nosso. ”

Assista ao vídeo dos coordenadores do Programa NanoSatC-Br

Confira a live completa do lançamento

 Saiba mais sobre o NanoSatC-Br2

 

Sobre a AEB

A Agência Espacial Brasileira, órgão central do Sistema Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (SINDAE), é uma autarquia vinculada ao MCTI, responsável por formular, coordenar e executar a Política Espacial Brasileira.

Desde a sua criação, em 10 de fevereiro de 1994, a Agência trabalha para viabilizar os esforços do Estado Brasileiro na promoção do bem-estar da sociedade, por meio do emprego soberano do setor espacial.

Fonte Coordenação de Comunicação Social – CCS

Com informações do MCTI