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Brasil lidera redução salarial e de jornada de trabalho na América Latina durante a pandemia

Publicado em: 14/06/2020 12:06 | Atualizado em: 14/06/2020 12:06

Levantamento da consultoria PageGroup aponta principais medidas adotadas pelas empresas para enfrentar o novo coronavírus

Estado de Minas

As empresas instaladas no Brasil são as mais favoráveis à redução salarial e de jornada de trabalho durante a pandemia.
 É o que revela o levantamento “Aprendizados e tendências da COVID-19 na América Latina”, desenvolvido pelo PageGroup, consultoria mundial em recrutamento executivo especializado.O estudo aponta o Brasil como mais propenso à redução salarial (11,8%), diminuição da jornada de trabalho (7,8%) e trabalho em meio período (5,9%) como medidas de enfrentamento à manutenção de empregos e combate ao novo coronavírus.

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Para Patrick Hollard, diretor executivo do PageGroup para América Latina, África e Oriente Médio, esses resultados mostram que há uma alta inclinação dos executivos brasileiros em adotar essas práticas porque estão previstas na MP 936. “Como há um respaldo jurídico para a adoção dessas medidas, os empresários encontraram o suporte necessário para manterem suas operações ativas durante a pandemia. Como a maior parte das empresas foi afetada por interrupções de atividades e paralisações na linha de produção, tiveram de amargar quedas bruscas no faturamento. Com essa nova realidade, viram-se obrigadas a reduzir o salário e jornada de trabalho para mitigar esses impactos e manter os empregos ativos”.
Participaram do levantamento, feito em abril deste ano, 3 mil executivos em cargos de alta e média gestão no Brasil, Argentina, Chile, Peru, Colômbia e México.

Redução de custos é prioridade para manutenção dos empregos

Os executivos latino-americanos apontaram a redução de custos como medida prioritária para proteção do emprego durante a pandemia, com 52,7%. Na sequência apareceram auxílio financeiro da empresa (26,2%), redução salarial (7,1%), diminuição da jornada de trabalho (4,2%), redução de benefícios e licenças não-remuneradas (3,8%, cada) e trabalho em meio período (2,1%).

Ao avaliar o estudo por país, o Brasil lidera as intenções de reduções salarial (11,8%), de jornada de trabalho (7,8%) e trabalho em meio período (5,9%); enquanto o Chile aparece com mais simpatizantes na região para reduções de custos (55,6%) e benefícios (3,8%). O auxílio financeiro da empresa é a medida com mais adeptos na Argentina (36,7%) enquanto o México desponta na dianteira para adoção de licenças não-remuneradas (3,8%).

 

Quando questionados sobre uma possível redução significativa na folha de pagamento, os executivos brasileiros foram os únicos a obterem maioria favorável na região, com 50,9% de intenções de colocar o plano em prática.

Nos demais países a opção foi rechaçada, em sua maioria, por argentinos (76,2%), colombianos (74,7%), mexicanos (65%), chilenos (61,5%) e peruanos (60,8%).

1 – Quais opções para proteger os funcionários nesse contexto?

O estudo “Aprendizados e tendências da COVID-19 na América Latina” revela como está o índice de adesão ao trabalho remoto. Os resultados apontam Peru e Brasil com menos adeptos a essa modalidade laboral. Os dois países obtiveram menores percentuais daqueles que somam mais de 80% atuando remotamente, com Peru (37%) e Brasil (40,5%). Em contrapartida, a Colômbia, com 58%, e a Argentina, com 54,6%, obtiveram maior êxito dos que representam mais de 80% trabalhando em casa.
Em outro indicador, que traz aqueles que representam menos de 20% atuando remotamente, o Brasil também não apresenta bons números. Enquanto a média da região para essa questão ficou em 16,5%, o percentual brasileiro foi de 19%, ficando abaixo apenas do Peru (22,6%) e Chile (20,4%).
Este item ganha mais relevância quando são avaliados os resultados da atual política de trabalho das empresas. A atuação remota tem a menor representatividade da amostra no Brasil (90,5%) quando comparado aos vizinhos Argentina (98,6%), Chile (98,4%), Colômbia (97,5%), Peru (96,2%) e México (95,6%).
Outro dado que chama atenção se refere ao trabalho no escritório durante a pandemia. Mais uma vez o Brasil aparece à frente nesse quesito, com 45,7%. É acompanhado, mais à distância, pelo Chile (26,3%), México (24,5%), Colômbia (18%), Argentina (15,7%) e Peru (15,4%).

2 – Qual a porcentagem de sua força de trabalho atuando remotamente?

Os executivos consultados no levantamento indicaram que os governos dos países onde atuam implementaram leis que trouxeram impacto na gestão das companhias. Os resultados dessas medidas foram mais sentidos no orçamento da empresa (44,5%), produtividade (36,7%), demissões (35,8%), desenvolvimento comercial (32,9%), pagamento de encargos sociais (29,8%), contratações (19,5%) e compra de novos equipamentos e infraestrutura (8,7%).

3 – Novos desafios em contratações e pós-pandemia

A pesquisa do PageGroup procurou saber quais sãos os principais desafios das empresas da região para incorporar novos talentos. O Brasil aparece à frente nos itens: dificuldade de encontrar profissionais com perfis específicos (32,1%), a área de RH não encontra o perfil (13,2%), escassez de talentos no mercado (28,3%), candidato está em quarentena ou isolado (19,8%) e não dispõe de meios para fazer remotamente (13,2%).

Os argentinos saltam na liderança com: maior dificuldade é que a companhia está em quarentena (84,3%). No caso do Chile, a dianteira da região está nos itens: não conta com uma área de recrutamento (15,5%), não tem processo de integração remoto (26,2%) e não conta com canais de recrutamento (5,3%).

4 – Maior parte das empresas decidiu congelar contratações durante a pandemia

Contratações de cargos estratégicos foram verificadas com mais intensidade no Brasil (25,5%) e Colômbia (22,1%). Foram detectadas aumento na contratação de trabalhadores temporários no Brasil (3,8%) e México (2%). A falta de orçamento para novas contratações foi mais sentida no Peru (5,5%) e México (3,8%).

Mais informações: https://www.michaelpage.com.br/ .
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