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Campeões mundiais, Beth Gomes e Petrúcio Ferreira são eleitos melhores atletas do ano

Publicado em: 19/06/2020 15:06 | Atualizado em: 19/06/2020 15:06

“É um momento ímpar na minha vida. É gratificante, imensurável. Parece um sonho que estou vivendo hoje”, afirmou Beth, em meio a lágrimas. “Dubai foi um grande feito na minha vida, de ser campeã mundial, recordista mundial, batendo meu próprio recorde”, comentou a campeã do lançamento de disco, já garantida nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 e também ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Lima.

Beth jogava vôlei desde os 14 anos, quando recebeu o diagnóstico de esclerose múltipla. Em 1996, começou no esporte paralímpico pelo basquete em cadeira de rodas, modalidade em que disputou a edição de Pequim 2008. Dois anos depois, migrou para o atletismo. No prêmio desta terça, superou a companheira de modalidade Jerusa Geber e Carol Santiago, da natação.

Foto: Breno Barros/ rededoesporte.gov.br
Foto: Breno Barros/ rededoesporte.gov.br

Foi também em Dubai que Petrúcio Ferreira se consagrou o atleta paralímpico mais rápido do mundo, com o ouro nos 100m e a quebra do recorde mundial, com 10s42. Além disso, faturou também o título dos 400m. Nas mesmas duas provas, foi campeão do Parapan de Lima, onde também levou a prata no revezamento 4 x 100m.

“Este sem dúvida foi meu melhor ano desde o meu início como atleta paralímpico, em 2014. Atingi um sonho que tinha desde o início, que era o de me tornar o paralímpico mais rápido. E esse sonho não acabou por aqui. Agora quero, cada vez mais, melhorar os resultados”, assegurou Petrúcio, que ainda foi eleito o melhor do atletismo na cerimônia. “Isso é muito gratificante para mim, como atleta, ter esse reconhecimento da temporada 2019”.

O ano, contudo, não começou fácil para o velocista. No dia 2 de janeiro, Petrúcio sofreu um acidente ao mergulhar em um rio, no interior da Paraíba. Fraturou o maxilar e quebrou dois dentes. Foi preciso passar por cirurgia e por todo o período de recuperação para retomar os treinos e chegar bem aos compromissos mais importantes da temporada.

“Em alguns momentos, eu pensava que não iria chegar a essas competições”, admitiu na premiação. Com essa etapa vencida e já garantido nos Jogos Paralímpicos, o atleta sabe bem qual é a próxima meta. “Já estou ansioso e já começamos os treinamentos para 2020, focando em Tóquio. O objetivo é subir no ponto mais alto do pódio”, adiantou Petrúcio. No prêmio de melhor do ano, o atleta superou Daniel Dias, da natação, e Alessandro Rodrigo, também do atletismo.

Outra premiada na noite desta terça-feira foi a judoca Alana Maldonado, que levou o troféu de Atleta da Galera, eleita por votação popular. “Foi uma disputa acirrada. Só tenho a agradecer a todos os que votaram, compartilharam, tiraram um tempinho para que eu conquistasse esse prêmio”, celebrou. “Isso significa que as pessoas apoiam e acreditam no meu trabalho”, completou.

Neste ano, a atleta foi ouro no German Open, no Grand Prix de Tashkent e no Grand Prix de Judô Paralímpico, além de prata no Grand Prix de Baku e no Parapan de Lima. Alana concorreu ao prêmio com Carol Santiago (natação), José Chagas (bocha), Petrúcio Ferreira e Verônica Hipólito (atletismo).

Secretário Décio Brasil e Alana Maldonado, eleita a Atleta da Galera. Foto: Breno Barros/ rededoesporte.gov.br
Secretário Décio Brasil e Alana Maldonado, eleita a Atleta da Galera. Foto: Breno Barros/ rededoesporte.gov.br

Domínio nas Américas

Além dos resultados em campeonatos mundiais, o Prêmio Paralímpicos 2019 destacou o resultado histórico do Brasil nos Jogos Parapan-Americanos de Lima. O país conquistou 308 medalhas (124 de ouro, 99 de prata e 85 de bronze) e terminou com o primeiro lugar no quadro geral pela quarta edição consecutiva. Desse total, 288 pódios (93,5%) contaram com a participação de beneficiados pelo programa Bolsa Atleta.

“Todos esses resultados que nós vimos nos projetam um resultado expressivo em Tóquio. Esse prestígio que a Secretaria dá, por ser uma parceira de todas as horas, é fundamental para que a gente possa convergir todos os nossos esforços em um objetivo comum”, comentou o secretário especial do Esporte do Ministério da Cidadania, Décio Brasil, responsável por entregar o prêmio de atleta revelação a Wendell Belarmino. O nadador brasiliense é contemplado com a Bolsa Pódio e conquistou um ouro, uma prata e um bronze no Mundial de Londres, além de quatro ouros e duas pratas no Parapan.

“A Bolsa Pódio é uma das principais ferramentas responsáveis pelo desenvolvimento do nosso esporte. É ela que dá condição para que os atletas possam se dedicar e ter condições adequadas para treinar. Realmente é um programa fundamental”, analisou o presidente do CPB, Mizael Conrado.

Dos 293 contemplados pelo edital da categoria Pódio de 2019, 171 são representantes de modalidades paralímpicas, em um investimento de R$ 24,4 milhões. Já na Bolsa Atleta, há 1.326 atletas paralímpicos beneficiados, somando R$ 18,3 milhões.

Mais homenagens

O Prêmio Paralímpicos 2019 reconheceu ainda o trabalho dos técnicos. Pedrinho Almeida, do atletismo, foi escolhido o melhor treinador de modalidades individuais, por ter conduzido os campeões mundiais Petrúcio Ferreira e Cícero Nobre (lançamento de dardo), além do medalhista de prata Joeferson Marinho. Já nas modalidades coletivas, Fábio Vasconcelos, do futebol de 5, levou o título, após as conquistas da seleção na Copa América e no Parapan de Lima.

A cerimônia entregou ainda a premiação de Personalidade Paralímpica ao governador de São Paulo, João Doria, que em 2019 renovou o Time São Paulo, uma parceria entre o CPB e a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Já o prêmio de Clubes foi para a Associação Desportiva Indaiatubana – Associação Paraolímpica de Indaiatuba (ADI APIN). O Grupo Globo levou o troféu Aldo Miccolis, enquanto o Clube dos Paraplégicos em São Paulo foi escolhido para a conquista da Memória Paralímpica.

Confira a lista dos atletas vencedores por modalidade:

Atletismo: Petrúcio Ferreira
Basquete em cadeira de rodas: Vileide Almeida
Bocha: Maciel Santos
Canoagem: Luis Carlos Cardoso
Ciclismo: Lauro Chaman
Esgrima em cadeira de rodas: Jovane Guissone
Esportes de neve: Cristian Ribera
Futebol de 5: Raimundo Nonato
Futebol de 7: Bira Magalhães
Goalball: Leomon Moreno
Halterofilismo: Mariana D’Andrea
Hipismo: Rodolpho Riskala
Judô: Meg Emmerich
Natação: Carol Santiago
Parabadminton: Vitor Tavares
Parataekwondo: Débora Menezes
Remo: Renê Pereira
Rúgbi em cadeira de rodas: Julio Braz
Tênis de mesa: Paulo Salmin
Tênis em cadeira de rodas: Daniel Rodrigues
Tiro esportivo: Alexandre Galgani
Tiro com arco: Jane Karla Gögel
Triatlo: Carlos Viana
Vôlei sentado: Gilberto da Silva

Ana Cláudia Felizola, de São Paulo (SP) – Ascom – Ministério da Cidadania

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