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Coordenadores detalham projetos selecionados no Combate a Epidemias

Publicado em: 26/06/2020 19:06 | Atualizado em: 26/06/2020 19:06

Edital nº 9 de 2020 selecionou 31 projetos de pesquisa e formação de recursos humanos na pós-graduação. Serão 503 pesquisadores e 42 instituições envolvidas.

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“Nosso objetivo é atenuar as complicações cardiovasculares causadas pela COVID-19. São essas complicações que matam e lotam o sistema de saúde”, afirma Bruno Caramelli, coordenador de um dos 31 projetos selecionados no edital nº 9 do Programa de Combate a Epidemias da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Os projetos selecionados pela CAPES abrangem 503 pesquisadores de 42 instituições públicas e privadas, do Brasil e exterior.

Caramelli é um dos responsáveis pela formação de novos pesquisadores. Sua equipe, vinculada à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e atuante no Hospital das Clínicas e Instituto do Coração,  é integrada por profissionais em várias fases da carreira: pesquisadores seniores, doutores e até alunos de graduação que participam de programas de iniciação científica.

Cinco bolsas de doutorado e pós-doutorado foram concedidas ao projeto de Bruno Caramelli, que vai estudar a interface entre a cardiologia e o novo coronavírus a partir de três linhas: registro de dados clínicos e laboratoriais de 200 pacientes com cardiopatias, análise das características hemodinâmicas através de cateterismo e um estudo sobre os medicamentos mais adequados para grupos de pacientes com hipertensão e com a COVID-19. “Se conseguirmos entender parte dos mecanismos de ação da doença, podemos saber quais pacientes têm tendências para complicações”, afirma o pesquisador.

Também trabalhando no Hospital das Clínicas, Rossana Pulcineli, professora da Faculdade de Medicina da USP, coordena outro projeto selecionado. Desta vez a investigação é sobre a possibilidade de transmissão da COVID-19 da mãe para o bebê. “O que percebemos é que existe uma lacuna muito grande para saber se existe essa transmissão vertical. Precisamos saber se isso pode acontecer durante a gestação, no momento do parto ou até na amamentação”, afirma.

Os pesquisadores vão investigar o sangue do cordão umbilical e o líquido amniótico na placenta e no leite materno. Serão 145 casos estudados. “Hoje, as orientações dadas às gestantes são muito mais teóricas, baseadas nas análises de outros vírus. Mas não tem um trabalho robusto na literatura que tenha analisado um número significativo de casos”, ressalta Pulcineli que analisa também a influência da gravidade da doença na transmissão vertical: “O projeto avalia toda a parte clínica materna e uma parte psicológica, devido ao isolamento social”.

Participam da equipe de Rossana 17 pesquisadores vinculados à USP, ao Hospital das Clínicas de São Paulo, à Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres (Inglaterra) e à Universidade do Colorado (EUA), além de bolsistas de doutorado e pós-doutorado. Em sua opinião, o apoio da CAPES ao projeto pode deixar um legado, dar uma resposta em relação à transmissão vertical para a qual, hoje, ainda não se tem uma resposta. “Também abre a possibilidade de se criar uma plataforma para analisar outras doenças emergentes que possam acontecer”, conclui.

(Brasília – Redação CCS/CAPES)
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