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Edital de Internet das Coisas recebe projetos que somam R$ 360 milhões

Publicado em: 18/09/2018 16:09 | Atualizado em: 18/09/2018 16:09

Edital de Internet das Coisas recebe projetos que somam R$ 360 milhões

Chamada pública foi lançada pelo BNDES em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) para o desenvolvimento de soluções de IoT.
por ASCOM – publicado 18/09/2018 14h47. Última modificação 18/09/2018 14h49.
  • Edital de Internet das Coisas recebe projetos que somam R$ 360 milhões

BNDES recebe projetos de IoT para ampliar agricultura de precisão. Foto: Reprodução da internet

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) recebeu 54 projetos de soluções de Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) no edital lançado com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). Foram 23 projetos para cidades, 17 para saúde e outros 14 para soluções no campo. O valor total dos projetos chegou a R$ 360 milhões. Desse total, o BNDES vai disponibilizar até R$ 30 milhões para os pilotos selecionados, de forma não reembolsável.

O apoio do BNDES a projetos de IoT é uma das medidas de impacto recomendadas pelo estudo “Internet das Coisas: um plano de ação para o Brasil”, realizado em parceria com o MCTIC. O mesmo documento serviu de base para a construção do Plano Nacional de IoT.

Para alavancar os investimentos, os projetos tiveram que apresentar contrapartidas – sendo que o BNDES apoiará até 50% do custo de cada projeto, com valor mínimo de R$ 1 milhão. As iniciativas de IoT deverão ser testadas em plataformas de experimentação ou em ambientes reais. Para poder acessar os recursos da chamada pública, os consórcios devem envolver instituições de ciência e tecnologia (ICTs), empresas fornecedoras de tecnologia e usuários.

“Precisamos que o projeto seja sustentável e replicável, focando na necessidade que o usuário demandante daquela tecnologia tem. Com isso, juntamos o desenvolvedor, que é a ICT, a indústria fabricante e o comprador daquela tecnologia. Então, desde a origem, você sabe qual é a demanda real. Quando você bota todo mundo junto, você cria um ambiente para desenvolver. E isso está previsto no Plano Nacional de IoT”, destacou o secretário de Políticas Digitais do MCTIC, Thiago Camargo.

A previsão é que o resultado dos projetos selecionados seja divulgado até o final de outubro. A seleção será feita por técnicos do BNDES e do MCTIC. O início do aporte para os desenvolvedores está agendado para o início de 2019. O prazo para a execução das propostas é de 24 meses.

Perfil

Em cidades, os projetos apresentados somaram R$ 153 milhões em investimentos, envolvendo 22 prefeituras, concessionárias ou campi de universidades que se candidataram a receber os projetos de IoT. Também estão inseridas 23 ICTs e cerca de 40 empresas fornecedoras. As soluções envolvem pilotos em segurança pública; água e saneamento; mobilidade urbana; e redes de iluminação pública com tecnologias de Internet das Coisas.

As propostas em segurança pública envolvem soluções de vídeomonitoramento e análise avançada de dados – com potencial de redução de 20% dos indicadores de criminalidade. Em mobilidade urbana, semáforos inteligentes, com câmeras que permitem a temporização desses equipamentos, podem diminuir em 15% o tempo de deslocamento de veículos. Já a adoção de iluminação pública integrada com IoT tem potencial pode baixar os custos em até 50%, além de habilitar serviços como redes Wi-Fi públicas e até lixeiras com sensores de capacidade.

Para a área da saúde, os projetos apresentados totalizam R$ 104 milhões. Os pilotos priorizam o monitoramento de pacientes, que podem tem aplicação na pediatria, doenças crônicas, infecções hospitalares, hábitos de saúde e estilo de vida. Já o monitoramento de ativos está voltado para higienização, e gestão de estoques e equipamentos hospitalares. Há ainda iniciativas dedicadas ao diagnóstico descentralizado, aplicados a doenças negligenciadas, por exemplo.

Para soluções de IoT voltadas ao agronegócio, o volume de investimentos alcançou R$ 107 milhões. As propostas abrangem as mais diversas cadeias produtivas do Brasil e têm como objetivo testar tecnologias de automação e digitalização das operações agrícolas, o que amplia o uso da agricultura de precisão.

Dentre os exemplos de aplicações, estão plataformas de gestão em tempo real de máquinas agrícolas por meio de algoritmos de inteligência artificial para a geração de indicadores de desempenho e manutenção preventiva; modelos dinâmicos de alta precisão para previsão do tempo; monitoramento de plantações via drones; armadilhas eletrônicas para controle de pragas; acompanhamento do comportamento de animais e definição do ponto ótimo de abate por meio de sensores, balanças e câmeras inteligentes.

Indústria

O BNDES também vai disponibilizar R$ 5 milhões adicionais para projetos que envolvam o desenvolvimento de soluções para a indústria nacional. A ideia, segundo o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação Digital do MCTIC, José Gontijo, é fortalecer a manufatura avançada no país.

“Esse era um setor que se pensava em disponibilizar recursos em um segundo momento, mas é importante também apoiar o desenvolvimento da indústria 4.0 para que o Brasil possa prospectar um caminho para se tornar referência nesse setor em nível mundial”, ressaltou José Gontijo.

Sinergia

Além da parceria com o BNDES, o MCTIC articulou com a Financiadora de Inovação e Pesquisa (Finep) o lançamento de uma linha de crédito de R$ 1,5 bilhão para IoT, com recursos da própria Finep e do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Comunicações (Funttel). Segundo Gontijo, as empresas podem acessar esses recursos para garantir suas contrapartidas no edital do BNDES.

“Essas duas ações não estão diretamente ligadas, mas atuam em sinergia. As empresas podem usar a linha de crédito da Finep como garantia do aporte do projeto submetido ao edital do BNDES. Isso mostra o esforço que temos feito em prol do desenvolvimento desse setor no país.”