“É uma sala de aula com mais de 8 milhões de quilômetros quadrados . Quando a gente vem para cá e conhece outra realidade, a nossa visão de mundo aumenta”. Esse é o relato do estudante de enfermagem José Vytor Silva, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste). Ele é um dos universitários que participa da Operação Parnaíba, do Projeto Rondon.
Até 3 de fevereiro, 311 alunos e professores de Instituições de Ensino Superior (IES) desenvolvem, no estado do Piauí, ações de saúde, educação, direitos humanos, comunicação social, cultura, trabalho e meio ambiente, entre outras atividades.
A Operação Parnaíba teve início em 19 de janeiro e conta com a participação de 31 IES de diversas partes do país.
Com foco no desenvolvimento sustentável, a iniciativa leva oficinas práticas e capacitações a lideranças municipais, agentes de saúde e professores de 15 municípios do estado nordestino.
José Vytor deixou São Miguel do Iguaçu (PR), a uma distância, em linha reta, de 3 mil km da pequena Nossa Senhora dos Remédios (PI), para ensinar um pouco do que aprendeu na faculdade.
“Tenho a oportunidade de oferecer à população oficinas como prevenção ao uso de álcool e drogas e cuidados com a saúde do idoso. Também contribui em aulas de primeiros socorros e transtornos mentais comuns na infância e na adolescência”, detalha o estudante.
Pela quinta vez no Projeto Rodon, Marcos Freitas de Moraes coordena equipe de oito rondonistas que atuam no munícipio de Nossa Senhora dos Remédios. “Não existe uma sala de aula no mundo que consiga comparar a experiência do Projeto Rondon”, define o professor da Unioeste. cursos especiais+
Para Marcos, também é uma oportunidade para o aluno receber o carinho das comunidades atendidas. “Além de mostrar sua capacidade profissional, os participantes do projeto têm a experiência de conviver com a comunidade”, destaca o professor.
Nesta operação, o Projeto Rondon conta com o apoio do 25º Batalhão de Caçadores, localizado em Teresina (PI). A organização militar centraliza o apoio logístico aos alunos e professores bem como fornece a segurança necessária a realização das atividades.
Planejamento
Antes de iniciar as operações, as IES que desejam fazer parte do Projeto Rondon realizam um estudo, nas cidades a serem atendidas, para avaliar quais os problemas e principais necessidades.
Assim, as IES são selecionadas a partir dos projetos apresentados para desenvolver nas localidades explica o coordenador do Projeto Rondon, coronel Alexandre Scholtz. “As instituições de ensino indicam as oficinas e as capacitações para minimizar os problemas levantados na proposta de trabalho”, esclarece o coronel Scholtz.
Segundo o coordenador do projeto, o processo de escolha dos municípios a serem atendidos é baseada no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), que deve estar abaixo de 0,7; no número de habitantes, inferior a 30 mil; e na distância de um centro regional do estado, que não pode ultrapassar 300 km do local que vai receber os rondonistas.
Operações
As próximas operações do projeto ocorrem em julho nos estados do Acre e novamente no Piaui. Somando as três ações que serão realizadas neste ano, mais de 800 estudantes e professores de 80 instituições de ensino superior devem realizar trabalhos voluntários pelo Projeto Rondon.
Nos últimos 12 anos, mais de 22 mil rondonistas participaram do projeto atendendo aproximadamente 2 milhões de pessoas em 1,2 mil municípios.
Por Lane Barreto
Fotos: Fernanda Duarte
Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa
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