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Funarte, vinculada ao Ministério do Turismo, celebra Dominguinhos, que completaria 80 anos

Publicado em: 15/02/2021 17:02
Músico pernambucano, autor de vários sucessos do forró e do baião, foi parceiro da Fundação em diversos projetos
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Músico pernambucano faria 80 anos nesta sexta-feira. Crédito: divulgação

A Fundação Nacional de Artes (Funarte) presta nesta semana uma homenagem a Dominguinhos (1941-2013), músico pernambucano que faria 80 anos em 12.02. Cantor, sanfoneiro e compositor, ele participou e foi pauta de diversos projetos da instituição. Entre eles, apresentou um espetáculo com Nara Leão, no Projeto Pixinguinha, em 1978. Também foi tema de episódio do programa de rádio Estúdio F da instituição, que detalha a vida e a obra de grandes personagens da música brasileira.

José Domingos de Morais nasceu em Garanhuns (PE). Filho de Mestre Chicão, tocador e afinador de acordeons de oito baixos, e de Dona Mariinha, ele foi afilhado musical de Luiz Gonzaga e construiu sucessos e parcerias com nomes como Gilberto Gil e Chico Buarque. Em episódio do programa Estúdio F, o apresentador, produtor e servidor da Funarte Paulo César Soares conta o momento em que Dominguinhos e Luiz Gonzaga se conheceram – um marco na trajetória do autor de sucessos como “De Volta Pro Aconchego” e “Eu Só Quero Um Xodó”.

“Os primeiros anos de vida do pernambucano José Domingos de Morais foram embalados pelos sons tirados da sanfona de seu pai. Nessa época, José era carinhosamente chamado de Neném e, com seus irmãos, formava o grupo Os Três Pinguins, no qual tocava pandeiro. O menino apresentava-se em feiras, botequins e portas de hotéis em Garanhuns. Em um desses hotéis, em 1949, estava hospedado Luiz Gonzaga. O ‘Rei do Baião’ não só achou bom demais o que ouviu como apadrinhou o pequeno Neném, que cresceu, apareceu e também se tornou um grande nome da MPB”, diz o texto do programa de número 152 do Estúdio F.

Em 54 minutos, o episódio destacou a trajetória vitoriosa de Dominguinhos. A Funarte o roteirizou, em um trabalho do jornalista e servidor Claudio Felício, com apoio de Nelson Lopes na pesquisa de áudio. (Confira o programa completo sobre Dominguinhos aqui)

DE NENÉM A DOMINGUINHOS – Em 1964, Dominguinhos gravou seu primeiro LP, intitulado “Fim de Festa”. Em seguida, lançou outros dois discos. Em 1967, passou a fazer parte do grupo de músicos de Luiz Gonzaga, com quem passou a viajar pelo Nordeste. Foi o “Rei do Baião” quem propôs a mudança do nome de Neném para Dominguinhos, já que o afilhado tinha Domingos no nome.

Durante uma das viagens com Luiz Gonzaga, Dominguinhos conheceu uma cantora também pernambucana, Anastácia, conhecida como “Rainha do Forró”, com quem compôs mais de 200 canções, a exemplo de “Eu Só Quero um Xodó”. A parceria durou 11 anos e, quando desfeita, Anastácia inutilizou diversas fitas contendo canções inéditas de Dominguinhos.

Embora o forró e o baião predominassem no seu trabalho, Dominguinhos também fez parcerias com diversos cantores de outros estilos, como no show “Índia”, de Gal Costa, em 1972. Naquela década, a apresentação de Dominguinhos e Nara Leão foi uma das mais memoráveis do Projeto Pixinguinha. Na temporada de 1978, os dois lideraram um espetáculo que alternava música urbana e sertaneja, conforme narra Pedro Paulo Malta em texto publicado no Brasil Memória das Artes (Funarte).

De acordo com o pesquisador, a apresentação foi aplaudida em teatros lotados no Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba e Porto Alegre. “Enquanto o cantor, compositor e sanfoneiro pernambucano apresentava sucessos iniciais de sua carreira, como ‘Lamento Sertanejo’ (dele com Gilberto Gil) e ‘Tenho Sede’ (com Anastácia), a cantora capixaba mesclava clássicos da bossa nova ao samba tradicional de Ary Barroso (‘Camisa Amarela’) e Geraldo Pereira (‘Sem Compromisso’)”, informa o texto.

Você pode ouvir os áudios do espetáculo e conferir mais informações sobre ele aqui

A década de 1980 proporcionou sucessos como “De Volta Pro Aconchego”, em parceria com Nando Cordel, interpretada por Elba Ramalho; e “Isso Aqui Tá Bom Demais”, que o artista cantou em dueto com Chico Buarque. Ainda com o compositor, fez parceria na música “Tantas Palavras”, lançada em 1984 e cantada por Chico. Dominguinhos também teve Gilberto Gil como parceiro, nas músicas “Lamento Sertanejo” e “Abri a Porta”.

CONSAGRAÇÃO – Em 2002, o músico foi o vencedor do Grammy Latino, com o CD “Chegando de Mansinho”. Cinco anos depois, voltou a gravar e recebeu o Prêmio TIM (2007) como melhor cantor regional, com o disco “Conterrâneos” (2006). No ano seguinte, concorreu ao 8º Grammy Latino com o mesmo álbum, na categoria melhor disco regional. Lançou também um álbum em dueto com o virtuose do violão Yamandu Costa. Em 2008, foi o grande homenageado do Prêmio Tim de Música Brasileira. Em 2010, venceu o Prêmio Shell de Música e, em 2012, um ano antes de sua morte, conquistou o Grammy Latino de melhor álbum brasileiro de raiz, com o CD e DVD “Iluminado”.

 

Por Fundação Nacional de Artes (Funarte)

Assessoria de Comunicação do Ministério do Turismo