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MNCTI “Nenhum alimento é tão bem avaliado em relação à segurança quanto os transgênicos”, afirma presidente da CTNBio

Publicado em: 09/10/2020 12:10 | Atualizado em: 09/10/2020 16:10
Entrevista com presidente do CTNBio no MNCTI
Órgão colegiado atua no estabelecimento de normas de segurança em atividades com organismos geneticamente modificados.
Em entrevista ao canal do MCTI no YouTube https://www.youtube.com/ascommcti, o presidente da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), Paulo Barroso, falou sobre as funções da instituição na regulação das pesquisas com organismos geneticamente modificados (OGMs) no Brasil e como esses produtos estão presentes no nosso dia a dia. A entrevista faz parte da programação da entidade no Mês Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovações nesta quinta-feira (8).

Criada pela Lei de Biossegurança, em 2005, a CTNBio é uma instância colegiada multidisciplinar com 54 membros, titulares e suplentes, ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. Ela assessora o governo em questões de biossegurança com OGMs e é responsável por avaliar as pesquisas com plantas, organismos, animais e células geneticamente modificados. A finalidade é garantir a segurança desses produtos para a saúde humana animal e para o meio ambiente.

“Na CTNBio a gente avalia em detalhes questões como se o alimento pode causar alguma intoxicação, alergia. Sempre que se detecta um problema, nós não aprovamos o uso comercial e muitas vezes se interrompe o processo na fase de estudo. Nenhum alimento é tão bem avaliado quanto os transgênicos em relação à segurança”, disse.

O pesquisador detalhou a evolução na área da genética desde a agricultura do neolítico, quando as sementes das espécies mais adaptadas eram semeadas em detrimento de outras espécies, até os estudos com método de edição genética, que renderam o prêmio Nobel de Química em 2020 à francesa Emmanuelle Charpentier e à americana Jennifer A. Doudna, que permitem a manipulação genética a níveis de pequenas partículas dentro do DNA.

Barroso defendeu a segurança dos alimentos transgênicos, que passam por avaliações rigorosas no Brasil e no mundo. “Nós já temos 15 anos de uso intensivo de OGMs no Brasil. Praticamente todo milho, soja e algodão produzidos no país são transgênicos. Mais de 90% dessas três espécies são transgênicos e estamos consumindo de forma cotidiana. Não houve nenhum tipo de manifestação de intoxicação ou danos ao meio ambiente causados pelos OGM. Se houvesse, a CTNBIO seria o primeiro lugar a receber essa manifestação”.

Além dos alimentos, os OGMs também são usados em tecnologias como mosquitos Aedes Aegypti machos que são incapazes de gerar fêmeas, o que ajuda a diminuir essa população; plásticos feitos a partir de açúcar; itens de limpeza com enzimas produzidas em organismos geneticamente modificados; biofármacos, hormônios e medicamentos, assim como as vacinas contra a Covid-19 em pesquisa em todo o mundo, que utilizam proteínas retiradas do vírus.

Barroso também citou os outros órgãos envolvidos na cadeia de liberação de produtos modificados a depender do caso, como os Ministérios da Agricultura, da Saúde e do Meio Ambiente; as variedades transgênicas de cana, eucalipto e feijão desenvolvidas por empresas brasileiras; assim como detalhou alguns avanços obtidos em plantações com a modificação genética, como tornar plantas mais resistentes, menos suscetíveis a pragas e com menor necessidade do uso de defensivos.]

Fonte: MCTI

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