Criada pela Lei de Biossegurança, em 2005, a CTNBio é uma instância colegiada multidisciplinar com 54 membros, titulares e suplentes, ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. Ela assessora o governo em questões de biossegurança com OGMs e é responsável por avaliar as pesquisas com plantas, organismos, animais e células geneticamente modificados. A finalidade é garantir a segurança desses produtos para a saúde humana animal e para o meio ambiente.
“Na CTNBio a gente avalia em detalhes questões como se o alimento pode causar alguma intoxicação, alergia. Sempre que se detecta um problema, nós não aprovamos o uso comercial e muitas vezes se interrompe o processo na fase de estudo. Nenhum alimento é tão bem avaliado quanto os transgênicos em relação à segurança”, disse.
O pesquisador detalhou a evolução na área da genética desde a agricultura do neolítico, quando as sementes das espécies mais adaptadas eram semeadas em detrimento de outras espécies, até os estudos com método de edição genética, que renderam o prêmio Nobel de Química em 2020 à francesa Emmanuelle Charpentier e à americana Jennifer A. Doudna, que permitem a manipulação genética a níveis de pequenas partículas dentro do DNA.
Barroso defendeu a segurança dos alimentos transgênicos, que passam por avaliações rigorosas no Brasil e no mundo. “Nós já temos 15 anos de uso intensivo de OGMs no Brasil. Praticamente todo milho, soja e algodão produzidos no país são transgênicos. Mais de 90% dessas três espécies são transgênicos e estamos consumindo de forma cotidiana. Não houve nenhum tipo de manifestação de intoxicação ou danos ao meio ambiente causados pelos OGM. Se houvesse, a CTNBIO seria o primeiro lugar a receber essa manifestação”.
Além dos alimentos, os OGMs também são usados em tecnologias como mosquitos Aedes Aegypti machos que são incapazes de gerar fêmeas, o que ajuda a diminuir essa população; plásticos feitos a partir de açúcar; itens de limpeza com enzimas produzidas em organismos geneticamente modificados; biofármacos, hormônios e medicamentos, assim como as vacinas contra a Covid-19 em pesquisa em todo o mundo, que utilizam proteínas retiradas do vírus.
Barroso também citou os outros órgãos envolvidos na cadeia de liberação de produtos modificados a depender do caso, como os Ministérios da Agricultura, da Saúde e do Meio Ambiente; as variedades transgênicas de cana, eucalipto e feijão desenvolvidas por empresas brasileiras; assim como detalhou alguns avanços obtidos em plantações com a modificação genética, como tornar plantas mais resistentes, menos suscetíveis a pragas e com menor necessidade do uso de defensivos.]
Fonte: MCTI
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