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Olhar Social: famílias de comunidade quilombola recebem visitas do Criança Feliz

Publicado em: 02/07/2018 15:07 | Atualizado em: 02/07/2018 15:07

Olhar Social: famílias de comunidade quilombola recebem visitas do Criança Feliz

Primeira Infância

Ações do governo federal voltadas para o desenvolvimento infantil orientam respeitando as características da população

Publicado em 29/06/2018 18h33

Foto: Mauro Vieira/MDS

Moju (PA) – É respeitando a diversidade e as particularidades de cada família e região que o programa Criança Feliz bate à porta de quem mais precisa. Na comunidade quilombola Sítio Bosque, às margens do Rio Moju, no Pará, a dona de casa Liliane Evangelista recebe com festa a visitadora Rosana Lobato. A cada encontro, ela é orientada sobre o papel da família no cuidado, na proteção e educação da filha Ricaele, de 1 ano e 8 meses. Segundo a mãe, os resultados de cada visita já despertam o sonho de uma vida melhor para a pequena.

Liliane mora com o marido e tem quatro filhos. A casa simples de madeira fica distante seis horas da sede do município de Moju (PA), indo no barco da família. Para a beneficiária, a chegada do Criança Feliz ajudou a perceber a importância de dedicar um tempo com os filhos. “Aqui a gente sempre fica ocupada em busca de alimento e trabalho. Mas a visitadora começou a falar que tem que dar atenção e brincar com a Ricaele. Então eu estou aprendendo a lidar com ela. Como vejo que está gostando e indo bem, isso é uma felicidade para mim”, conta.

É com muita interação e carinho que a pequena retribui o afeto da mãe. Vê-la aprendendo e à vontade ao brincar com cores e formatos faz Liliane pensar no futuro. “Quero que ela estude, que seja pediatra. Eu sonho muita coisa para minha filha: que seja feliz, venha a ser importante para a sociedade e tenha um futuro melhor do que esse que tivemos”.

Segundo a visitadora do Criança Feliz, Rosana Lobato, o fortalecimento de vínculos promovido pelo programa também é importante para a comunidade quilombola. “Hoje essas crianças têm algo que seus pais não tiveram. Isso vai ajudá-las a formarem uma família com raízes fortes e mais conhecimento em relação à educação, alimentação e saúde”, explica.

Rosana acredita que as ações do Criança Feliz contribuirão para uma sociedade mais justa e desenvolvida. “As próprias famílias percebem as mudanças depois das primeiras visitas, como a redução de brigas entre os filhos e mais harmonia no ambiente. Tudo isso vai fazer com que as crianças cresçam amando, respeitando e repassando no futuro o que os pais fizeram para eles de bom. Esse programa veio para mudar muitas histórias de famílias”, anuncia com otimismo.

Acesso às políticas públicas
Na opinião da coordenadora geral de atendimento familiar da Secretaria Nacional de Promoção do Desenvolvimento Humano, Tatiane Roda, o trabalho do Criança Feliz em comunidades isoladas e povos tradicionais aproxima a população das políticas públicas. “O programa está chegando onde a assistência social ainda não tinha chegado. Como muitas dessas localidades são afastadas, as pessoas se sentem amparadas e começam, a partir daí, a reivindicar seus direitos e os serviços de saúde e educação”, explica a coordenadora.

Tatiane também faz questão de destacar a importância do papel dos visitadores. “Um dos fatores que fazem o sucesso do Criança Feliz é o público alvo que é muito carente.  O outro é o comprometimento dos visitadores que se envolvem e fazem o programa acontecer”, considera.

Importância dos primeiros anos de vida
A ciência mostra que crianças bem estimuladas durante a primeira infância desenvolvem melhor a inteligência e a capacidade de aprendizado, se tornam menos violentas e têm melhores chances de vencer a pobreza. “Por isso, o programa é essencial para a mudança na qualidade de vida e do destino de cada uma das famílias orientadas pelos visitadores”, enfatiza o ministro do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame.

Ele reforça que as crianças atendidas chegarão à escola com melhores condições de aprendizado e ao mercado de trabalho mais preparadas. “Um filho de uma família pobre pode mudar essa realidade no futuro. Queremos oferecer oportunidades de desenvolvimento para que amanhã ele possa resgatar a si e a sua família”, ressalta o ministro.

O Criança Feliz integra ações nas áreas de Saúde, Assistência Social, Cultura, Educação e garantia de direitos. Os beneficiários do Bolsa Família são acompanhados pelo programa desde a gestação até os três anos de idade. Para quem recebe o Benefício de Prestação Continuada, o BPC, o atendimento ocorre até os seis anos.

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