É incontestável que o ano de 2020 impôs ao mundo uma série de mudanças, inclusive na forma de se trabalhar. A pandemia afetou a maneira de se fazer o controle? Quais foram as dificuldades, os desafios e os pontos positivos? A qualidade do trabalho foi afetada? E a produtividade?
Essas foram algumas das questões debatidas na última edição do Ciclo de Integração dos Controles, realizada no dia 24/11, com o tema “Do distanciamento presencial à aproximação digital: futuro da auditoria”. O evento foi transmitido ao vivo pelo YouTube, no canal do Tribunal de Contas da União (TCU). Até o momento, foram registradas mais de duas mil visualizações.
O encontro contou a participação do secretário-geral de Controle Externo do TCU, Paulo Wiechers, do secretário do TCU no Estado do Mato Grosso do Sul, Tiago Modesto Costa, e de representantes da Controladoria-Geral da União (CGU), do Ministério da Saúde e da Caixa Seguros Holding, além do público externo, por meio do chat do evento. A mediação foi feita pelo secretário de Controle Interno da Câmara dos Deputados, João Luiz Marciano.
Em sua fala de abertura, Wiechers destacou o aspecto catalisador da pandemia e afirmou que o momento pede uma “reflexão mais profunda” acerca das formas de trabalho, em relação ao aproveitamento dos recursos tecnológicos. “Ao mesmo tempo em que a aproximação digital e o uso do ferramental disponível nos tornaram mais distantes dos auditados no dia a dia, também nos colocaram muito mais presentes em cada momento”, disse o secretário. “Nós passamos a exercer um controle muito mais concomitante e conseguimos expandir os nossos braços por meio de uma análise maior. É sobre isso que temos que lançar nossos faróis no dia de hoje”, acrescentou.
O secretário Tiago Costa fez uma rápida exposição sobre o novo modelo de gestão do TCU, teletrabalho, os processos de digitalização de auditorias e sobre o grupo de trabalho criado para avaliar estratégias de procedimentos digitais em auditoria, criado neste ano, em função da pandemia.
Casos e experiências
Os representantes dos órgãos federais expuseram casos recentes envolvendo ações de controle. Falaram, também, das experiências com o teletrabalho, antes e depois da pandemia.
A gerente do escritório de projetos da secretaria-executiva da CGU, Priscila Escório Diniz, apresentou um panorama do programa Gestão de Demandas, iniciado em 2015, com o objetivo de aproximar a administração pública da gestão de resultados.
O coordenador-geral de Planejamento, Avaliação e Monitoramento da CGU, Tiago Chaves Oliveira, trouxe dados sobre os impactos da pandemia em diversos aspectos: relação com os gestores, na produtividade, Tomada de Contas Especial e análise de atos de pessoal, entre outros.
A partir dos temas “desafios, avanços e custos X benefícios do uso de procedimentos digitais”, o diretor de auditoria interna da Caixa Seguros Holding, Diego Alessandro Teixeira, apresentou alguns contrapontos ao debate, em questões como produtividade, interações e comunicação entre os profissionais e gestão de tempo.
Ao final, foi apresentado um estudo de caso relativo ao Ministério da Saúde. Pela pasta, as apresentações foram feitas pelo auditor federal de controle externo, Carlos Renato Braga, que falou sobre os processos de transformação digital na saúde, a partir de um acompanhamento iniciado pelo TCU em 2019; e pela gestora do Programa ConecteSUS, Juliana Pereira, que tratou das estratégias digitais no âmbito do DataSUS. O coordenador-geral de Auditoria da Área de Saúde da CGU, Alexandre Gomide Lemos, abordou os processos de digitalização dos trabalhos antes e depois da pandemia. A explanação final foi feita pelo secretário-executivo do ministério, Élcio Franco, que falou sobre gestão de riscos no estabelecimento de políticas públicas.
Sobre o evento – O Ciclo de Integração dos Controles é uma iniciativa conjunta do TCU e do Conselho de Dirigentes de Órgãos de Controle Interno da União (Dicon), promovido com o objetivo de debater temas de interesse dos órgãos de controle, dos gestores públicos e da sociedade. Os temas dos webinários anteriores foram: “Novos desafios para o Judiciário”, “Gestão de riscos: experiência e avaliações”, “Auditoria baseada em dados e evidências”.
