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Brasília, April 20, 2024 5:20 AM

Projeto de surfe pretende democratizar modalidade e gerar experiências transformadoras para 36 mil pessoas

Publicado em: 22/02/2021 21:02 | Atualizado em: 22/02/2021 21:02
Parceria com a Secretaria Nacional de Educação, Lazer e Inclusão Social prevê aulas gratuitas para um público de crianças a idosos, em 12 municípios do litoral paulista durante 12 meses

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Fotos: Projeto Surf para Todos/Divulgação

Democratizar a prática do surfe, promover inclusão social e gerar experiências transformadoras para crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos. Essa tríade resume as prioridades do projeto Surf e Praia para Todos, mais uma parceria na vertente do esporte de participação estabelecida com a Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social (SNELIS) da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.

Nosso olhar é o de proporcionar acesso amplo e democrático. Buscar quem nunca subiu numa prancha, que não sabe qual é essa sensação. A modalidade tem tradição de investimento na ponta. Nosso olhar é para o outro lado”

Romeu Andreatta Filho, coordenador do projeto

As atividades serão sempre aos fins de semana, em turmas de 20 alunos, com uma hora de duração. O público é o mais amplo possível. Desde crianças a partir de cinco anos até idosos. A estimativa é beneficiar moradores de Ilha Comprida, Peruíbe, Itanhaém, Mongaguá, Cananéia, Praia Grande, Santos, Bertioga, São Sebastião, Caraguatatuba, Guarujá e Ubatuba.O convênio com o Governo Federal pretende envolver até 36 mil pessoas com aulas gratuitas de surfe em 12 municípios do litoral paulista. O período de vigência do contrato é de 12 meses de duração, com um período prévio de organização e ajustes antes do início das atividades. O repasse previsto é de R$ 1,9 milhão.

De acordo com o paulista Romeu Andreatta Filho, coordenador do projeto, a ideia é utilizar a cadeia produtiva do surfe, já disseminada em vários municípios, para que as aulas sejam ministradas por profissionais de qualidade ligados ao ambiente da modalidade.

“O surfe tem uma capilaridade sedimentada. Procuramos priorizar a relação com federações, associações das próprias praias e entidades parceiras. É uma maneira de compartilhar energia e de abastecer o segmento com recursos”, citou.

Na opinião da secretária Nacional de Educação, Lazer e Inclusão Social da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, ter a oportunidade de aprender o esporte com pessoas capacitadas é sempre um estímulo a mais.

“Quando há um profissional qualificado, um direcionamento, aprender se torna mais fácil. É uma motivação a mais ter um professor te ensinando. Há muita gente interessada em surfar e que nunca teve oportunidade. Eu mesma, por mais que tenha convivido muito no litoral, nunca tive essa chance de aprender a surfar”, comentou Fabiola Molina, que representou o Brasil em três edições de Jogos Olímpicos como atleta da natação.

Quando há um profissional qualificado, um direcionamento, aprender se torna mais fácil. É uma motivação a mais ter um professor te ensinando. Há muita gente interessada em surfar e que nunca teve oportunidade”

Fabíola Molina, secretária nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social

Alento na pandemia

Segundo Andreatta, o projeto tem importância estratégica nesse período de pandemia do novo coronavírus, em que a economia específica do setor teve grande impacto. “Tem sido um período bem difícil, em que exercitamos a solidariedade e a irmandade no segmento. Por isso, este é um projeto muito esperado. Você pode imaginar as dificuldades que tivemos sem poder fazer eventos, sem público para as aulas. Todos ficaram asfixiados financeiramente”, afirmou. “Além de tomarmos todas as precauções de prevenção à pandemia, apostamos na dinâmica da vacinação para tocarmos o projeto em sua plenitude”.

Dentro desse contexto, estão previstas parcerias com secretarias de educação estaduais e municipais para fazer com que as oportunidades cheguem a estudantes da rede pública de ensino. “Nosso olhar é o de proporcionar acesso amplo e democrático. Buscar quem nunca subiu numa prancha, que não sabe qual é essa sensação. A modalidade tem tradição de investimento na ponta. Nosso olhar é para o outro lado”, comentou Andreatta, que há mais de dez anos desenvolve ações similares que representam mais de 15 mil atendimentos a cerca de 50 mil pessoas.

A acessibilidade é outro ponto previsto. Com metodologia já consolidada a partir de parcerias com universidades, a ideia é abrir o projeto também a pessoas com deficiência, em especial deficientes visuais e tetraplégicos, com pranchas especiais que permitem aos alunos terem todas as sensações envolvidas no “pegar uma onda”.

No âmbito do alto rendimento, o surfe vive momento especial. O esporte vai estrear no programa olímpico nos Jogos de Tóquio, este ano, no Japão. O Brasil tem ótimas chances, tanto de medalha quanto de título, em especial no masculino. A equipe é composta por Gabriel Medina, bicampeão mundial (2014 e 2018) do circuito profissional, e por Ítalo Ferreira, campeão mundial em 2019. No feminino, as representantes nacionais serão Silvana Lima e Tatiana Weston-Webb.

Parcerias em série

O convênio do Governo Federal com o Surf e Praia para Todos é apenas uma das múltiplas parcerias firmadas pela SNELIS do Ministério da Cidadania na atual gestão. Em 2020, a área assinou 181 convênios e Termos de Fomento com estados, prefeituras e organizações civis. O empenho é superior a R$ 88 milhões, e a expectativa é de beneficiar 500 mil pessoas.

Paralelamente, a SNELIS firmou 28 Termos de Execução Descentralizada com universidades e institutos federais, com investimento de R$ 44 milhões e expectativa de 45 mil atendimentos.

“Nossa prioridade é facilitar o caminho para que o esporte educacional, de participação e voltado para reduzir desigualdades ganhe cada vez mais relevância em todo o país”, afirmou a secretária da SNELIS, a ex-nadadora Fabiola Molina.

Diretoria de Comunicação – Ministério da Cidadania