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Terceiro setor: as ONGs e o bem-estar social

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Publicado em: 29/09/2017 15:09 | Atualizado em: 29/09/2017 17:09

Terceiro setor: as ONGs e o bem-estar social

É preciso agora aprender que a não-lucratividade pode ser, para as sociedades modernas, a saída para a má administração das burocracias do bem-estar social

A América necessita de uma nova prioridade social: triplicar a produtividade das instituições sem fins lucrativos e dobrar a parcela de renda pessoal bruta – hoje pouco cabaixo de três por cento – que elas recebem como doações. Caso contrário, o país irá enfrentar, dentro de poucos anos, uma polarização social.

O governo federal e os governos estaduais e municipais terão de reduzir drasticamente seus gastos, independente de quem estiver no poder. Além disso, ele tem se mostrado incopetente na solução de problemas sociais. Praticamente todos os sucessos que foram obtidos foram conseguidos por instituições sem fins lucrativos.

Os grandes avanços em saúde e longevidade têm sido patrocinados, dirigidos e, em grande parte, financiados por instituições como a American Heart Association e a American Mental health Association. Os resultados obtidos na reabilitação de viciados a instituições como os Alcoólicos Anônimos, o Exército da Salvação e os Samaritanos são devidos são devidos a estas instituições. As escolas nas quais estudam quase todas as crianças de minorias étnicas que habitam zonas centrais das grandes cidades são paroquiais e patrocinadas por Ligas Urbanas. O primeiro grupo a prover alimentos e abrigo aos curdos que fugiram de Saddam Hussein foi uma instituição americana sem fins lucrativos, o International Rescue Committee.

Muitos dos sucessos mais estimulantes estão sendo conseguidos pos pequenas organizações locais. Um exemplo é o pequeno Judson Centr em royal Oak, Michigan, um subúrbio industrial de Detroit; ele tira mulheres negras e suas famílias da inatividade dos bem-estar social e também crianças severamente incapacidadas de instituições e as leva de volta à sociedade.

O Judson Center treina mães desempregadas, que vivem de verbas de bem-estar social, para criar, em troca de um pequeno salário, duas ou três crianças incapacitadas ou emocionalmente perturbadas. A taxa de reabilitação para essas mães é de quase cem por cento; em cinco anos, muitas delas são empregadas em instituições de reabilitação. A taxa de reabilitação para as crianças, que caso contrário estariam condenadas ao confinamento em instituições por toda a vida, é de cerca de cinquenta por cento, apesar do fato de todas elas terem sido consideradas casos sem esperança.

As instituições sem fins lucrativos gastam muito menos, para obter resultados do que o governo para fracassar. O custo por aluno nas escolas paroquiais da Arquidiocese de Nova Iorque – setenta por cento dos quais permanecem na escola, deixam as ruas e se formam com alto grau de alfabetização e aptas para trbalhar – é a metade daquele das deficientes escolas públicas da cidade.

Dois terços dos delinquentes primários postos em liberdade condicional sob a custódia do Exército da Salvação na Flórida são “permanentemente” reabilitados, isto é não são condenados por outro crime por no mínimo seis anos. Se fossem para a prisão, dois terços deles tornar-se-iam criminosos habituais. Contudo, um prisioneiro custa no mínimo duas vezes mais que uma pessoa colocada sob custódia do Exército da Salvação.

O Judson Center proporciona ao estado de Michigam uma economia de cem mil dólares anuais para cada mãe retirada do sistema de bem-estar social – um terço do custo dela própria e dois terços nos custos de manutenção das crianças em instituições públicas.

Embora a maioria dos alunos de faculddes e universidades particulares receba algum tipo de ajuda financeira, seus pais ainda pagam mais que os pasi de alunos de universidades e faculdades estaduais. Porém, o ensino na universidade estadual custa muito mais – em alguns Estados o dobro – do que numa instituição privada e sem fins lucrativos – e a diferença é paga pelo contribuinte.

As instituições sem fins lucrativos têm potencial para se tornaram o setor social dos Estados Unidos – igual em importância aos setores público e privado. O sistema de prestação de serviços já está instalado: existem hoje em torno de novecentas mil instituições, em sua maioria próximas aos problemas das suas comunidades. Cerca de trinta mil foram criadas em mil novecentos em noventa (o último ano para o qual há dados disponíveis e publicados), praticamente todas dedicadas a ações locais sobre um problema: cuidar de crianças de minorias, fornecer ambudsmen (ouvidorias) para pacientes do hospital local e ajudar imigrantes a vencer a burocracia do governo.

A classe média americana, que há quarenta anos atrás achava que cumpra seus deveres sociais preenchendo um cheque, hoje se empenha cada vez mais em ser ativa. De acordo com as estatísticas disponíveis, existem hoje cerca de noventa milhões de americanos – um em cada dois adultos – trabalhando como voluntários em instituições sem fins lucrativos três horas em média por semana as quais se tornaram o maior empregador da América.

Em escala cada vez maior, esses voluntários não encaram seu trabalho como caridade, mas como uma carrreira paralela às suas atividades remuneradas e insistem em serem treinados, em serem responsáveis por resultados e desempenho e por oportunidades para ascender a posições gerenciais – embora não remuneradas – na instituição. Acima de tudo, eles veem no trabalho voluntário um meio de acesso à realização, à eficácia, à auto-satisfação e à cidadania. É por esta razão que há mais candidatos a trabalhos voluntários do que posições a preencher.

Alguns observadores (como Brian O’Connell, chefe da Independent Sector, a associação nacional das grandes instituições sem fins lucrativos) acreditam que, dentro de dez anos, dois terços dos adultos americanos – cento e vinte milhões – irão trabalhar como voluntários cinco horas por semana, dobrando a capacidade disponível para trabalho em instituições.

E as instituições estão se tornando altamente inovativas. Quando alguns amigos de Peter F. Drucker e ele próprio fundaram em mil novecentos e noventa, a Peter F. Drucker Foundation for Non Profit Management, planejaram como o primeiro evento público um prêmio de vinte e cinco mil dólares á inovação que criasse uma nova e significativa dimensão de desempenho para instituições sem fins lucrativos. Eles esperavam receber quarenta inscrições, mas receberam oitocentas e nove – e a maioria delas merecia um prêmio.

O prêmio foi para o Judson Center, mas as grandes instituições são, em muitos casos, tão inovativas quanto as pequenas. Com vários bilhões de dólares de receita, a Family Service America – sediada em Milwaukee – tornou-se maior que muitas empresa das lista das quinhentas maiores empresas do mundo da revista Fortune; é provável que hoje ela só perca em tamanho para a Cruz Vermelha. Seu crescimento fenomenal foi em parte conseguido através de contratos com grandes empregadores, como a General Motos, para auxiliar famílias de funcionários com problemas como vícios ou perturbações emocionais de filhos adolescentes.

Três coisas são necessárias para que o potencial dessas instituições se torne realidade. Em primeiro lugar, a instituição sem fins lucrativos média acredita que boas intenções e um coração puro são tudo o que é preciso. Elas não veem a si mesmas como responsáveis por desempenho e resultados. Muitas dividem seus esforços ou os desperdiçam com problemas inexistentes e com atividades que seriam executadas melhor – e mais barato – por uma empresa.

Em segundo lugar, as instituições sem fins lucrativos precisam aprender a levantar dinheiro. O público americano não se tornou menos generoso – há poucas evidências da fadiga d eocmpaixão de que falam as instituições. As doações têm crescido muito nesetes últimos anos: de dois e meio para quase três por cento da renda pessoal. Infelizmente, muitas instituições ainda acreditam que a maneira de obter dinheiro é proclamar necessidades. Mas o público americano faz doações para ver resultados. Dos apelos caritativos que Drucker recebeu pelo correio toda semana, normalmente apenas um fala de resultados – aquele que recebe o cheque da fundação.

As instituições sem fins lucrativos terão de obter o dinheiro adicional de que necessitam proncipalmente de pessoas físicas, como sempre fizeram. Mesmo que haja dinheiro do governo – principalmente através de vales – e de empresas, este supre somente uma fração das necessidades.

Finalmente, há necessidade de uma mudança na atitude do governo e das suas burocracias. O Presidente Bush (pai) falava com ardor da importância das instituições sem fins lucrativos como os milhares de pontos de luz. Se ele acreditasse realmente nisso, deveria ter proposto que se permitisse aos contribuintes reduzir um dólar e dez centavos para cada dólar que doassem em dinheiro a instituições sem fins lucrativos. Isto resolveria imediatamente os problemas financeiros dessas instituições e poderia reduzir os déficits do governo a médio prazo, pois uma instituição bem administrada abtém de cada dólar no mínimo o dobro daquilo que obtém uma agência oficial.

Entretanto, ao invés de uma política deste gênero, há os colaboradores de impostos fazendo o possível para penalizar e cortar doações a instituições sem fins lucrativos. Cada uma dessas providências é apresentada como o fechamento de m furo fiscal; nenhuma delas rendeu um centavo de receita adicional e provavelmente nunca irá fazê-lo.

O motivo real para essas providências é a hostilidade da burocracia em relação às instituições sem fins lucrativos – não muito diversa da sua hostilidade aos mercados e à empresa privada dos antigos países comunistas. O sucesso dessas instituições solapa o poder da burocracia e nega sua ideologia. Pior ainda, a burocracia não pode admitir que essas instituições tenham sucesso onde o governo fracassa. Portanto, é necessária uma política pública que estabeleça as instituições sem fins lucrativos como primeira linha de ataque do país aos seus problemas sociais.

Peter F. Drucker, em seu livro intitulado “A idade da descontinuidade”, do ano de mil novecentos e sessenta e nove, propôs a privatização; todos os críticos disseram que ela nunca iria acontecer e hoje a privatização é amplamente considerada a cura para as economias modernas mal administradas por burocracias socialistas. É preciso agora aprender que a não-lucratividade pode ser, para as sociedades modernas, a saída para a má administração das burocracias do bem-estar social. Outras informações sobre o tema podem ser obtidas no livro Administrando em tempos de grandes mudanças de autoria de Peter F. Drucker.

Fonte: administradores.com

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